10 de junho de 2013

Caveiras!













Ó caveiras que vieram antes de mim
Poeira humana perdida nas fronteiras da eternidade
Cujos nomes ninguém sabe
Cuja história ninguém jamais ouviu dizer
Corações que amaram
E amarraram...
Bocas que falaram e mentiram
Almas que odiaram, sonharam e mataram...
Que cobiçaram corpos e almas alheias...
Ó antepassados, meus...
Até quatro gerações
As vossas maldições pairam sobre a alma de vossos filhos
Caveiras! Caveiras!
Vós todos que vieram antes de mim
Caveiras!
Escutai-me ainda uma vez mais
Mostrai-me...
Ladrões de destinos!
Um só sinal...
Um apenas que seja
Da vossa passagem sob a imensidão do céu
Da terra
E dos mares
Fecho os olhos
Busco boas memórias
Um rumor apenas
Elevo minha alma ao céu...
Desço aos mais profundos abismos
Nada encontro
A terra recobre na escuridão eterna
Tudo que restou dos vossos sorrisos
Ossos e caveiras
Carne apodrecida
Vidas esquecidas
O céu está cheio de aves de rapina...
A noite está cheia de sorrisos de hienas
E no fundo do peito meu
Nem uma recordação
É só isso
E nada mais
O que restou em mim
Da vossa passagem pela terra
Caveiras!
V.B.Mello.


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